Os ritmos executados no baile devem ser originais que preservem a autenticidade do folclore gaúcho de forte influência histórica européia e latino-americana. Quanto ao fandango antigo no Rio Grande do Sul as mais populares são: anu, balaio, queromana, tatu e tirana. No fandango atual são executados preferencialmente os seguintes ritmos do folclore vigente: marchas, vaneras, vanerões, xotes, milongas, rancheiras, polcas, valsas, chamamés e bugios. Os ritmos de fandango são musicalmente ricos e variados permitindo evoluções belas e harmoniosas na dança, cada ritmo dança-se de um jeito e cada ritmo tem a sua característica própria de ser dançado. Sendo assim recomenda-se que o conjunto musical de fandango execute todos dos ritmos de forma variada e criteriosa sem distorcer um determinado ritmo acelerando-o para um efeito mais ágil e nem repetindo excessivamente o mesmo ritmo musical caindo na mesmice ou ainda descaracterizando-o quanto a sua forma original. Esses ritmos apresentam as seguintes características históricas: Marcha Polonaise: “A Polonesa ou Polonesie é dança originária da Polônia que foi mencionada após o ano de 1675. Essa dança de conjunto teria se originado de uma marcha triunfal de antigos guerreiros poloneses. Nas áreas de colonização italiana e alemã, no Rio Grande do Sul, a Polonesie continua sendo a dança solene de abertura de bailes ou ponto culminante de festividades como: Festa do Rei do Tiro e Kerbs”. Marcha: “No Brasil, teve origem nos blocos carnavalescos de rua, pois além de peças musical e coreográfica relacionada com o carnaval, o nome indica um dos passos do antigo 'Quicumbis' (Dança de Igreja)”. Valsa: “Sua origem mais próxima vem das danças rústicas alpinas (Austria), destacando-se o Lãndler. Do campo a Valsa foi para as cidades, notabilizando-se, inicialmente em Viena. Expandiu-se por toda a Europa, porém, na França a Valsa assumiu feições próprias (lenta, lânguida, sentimental). No Brasil a Valsa foi cultivadíssima no século passado, desde o nível popular até o erudito”. Rancheira: “É uma versão nacionalizada da Mazurca (Dança de origem polonesa) na Argentina, Brasil e Uruguai. ... No estilo da fronteira dança-se a Rancheira bem marcada com batida de todo o pé no chão, assemelhando-se assim os movimentos dos pares a um valseado. O gaiteiro quando toca segura mais a nota musical, dando mais extensão à nota. Liga (Legatto = ritmo constante). ... Na serra difere do estilo fronteiriço apenas na forma de executar, pois dança-se bem rápido e puladinho com acentuada marcação de todo o pé no tempo forte da música (1º tempo). O gaiteiro serrano faz uma sequência com interrupção da nota musical. (Stacatto = ritmo alternado)”. Vanera: “Provém da Habanera que é uma dança lenta em 2/4, originaria dos negros de Cuba e Haiti, exportada para a Espanha de onde veio ao Brasil, inundando o país em 1866. É uma aculturação dos ritmos afros pelos cubanos. A Vanera no Rio Grande do Sul é uma música de andamento moderado ...” . Vanerão: “... é uma música de andamento rápido, mas com acompanhamento e características típicas da Habanera”. Bugio: “Era a dança da ralé nos bailes `Bragados´ da região rural missioneira, com movimentações dos corpos sugerindo macacos bugios durante o ato sexual. É muito popular não só nas missões como no planalto médio e campos de cima da serra”. Xote: “Segundo Baptista Siqueira, a Schottisch entrou no Brasil no início da década de 1850, difundindo-se pelo país. O nome da dança (é palavra alemã que significa escocesa) é enganoso, pois conforme o Grove´s Dictionary of Music and Musicians (5ª ed. 1955), do ponto de vista moderno é que essa dança nada tem a ver com a Escócia. É uma dança de procedência francesa com nome escocês. O compasso do Schottisch é binário ou quartenário e o andamento é rápido”. Milonga: “Dança urbana de Buenos Aires, da mesma geração do Tango, mas com melodia e ritmo brejeiro. O sentido do termo provém da língua ”Bunda” da República dos Camarões, (Melunga = palavra, o plural é Milonga)”. Chamamé: “Para o folclorista argentino Joaquim Lopez Flores, essa dança correntina (Província de Corrientes) teria nascido justamente da velha “Chimarrita” do Rio Grande do Sul (introduzida pelos açorianos)”. Entretanto a sua origem vem do Paraguai, apesar de ser um ritmo largamente difundido como Argentino. Polca: “Dança de compasso binário em andamento vivo, originou-se no início do século passado, na Boêmia, fez sucesso na França e difundiu-se daí para outros países, inclusive o Brasil. Há vários tipos de modas coreográficas que deram a denominação à Polca, One Step, Polquinha, Limpa-banco, Arrasta-pé, Gasta-sola, Serrote, Polca das Damas (a moça tira o rapaz para dançar), Polca de Relação ou Meia Canha (os pares dizem versos um para o outro)”. Danças Folclóricas Anú: Dançada primeiramente em Portugal, caracteriza-se por ter duas partes bem distintas, a primeira, um minueto (dança de caráter cerimonioso) e a segunda, o sapateio (parte alegre, viva). É dançada com pares soltos. Gozou de alta popularidade em meados do séc. passado. Balaio: Contribuição dada pelos açorianos, teve bastante aceitação pelo povo brasileiro em geral. Na coreografia as mulheres giram rapidamente sobre os calcanhares e se abaixam fazendo com que o vento se embolse nas saias, dando aspecto, de um balaio. Dança-se com pares soltos e independentes. Caracterizada pela formação de duas rodas Cana-verde: Dança de roda vinda de Portugal, tornou-se popular em todo Brasil, cada estado adotou sua variante da original, caracteriza-se pelas trocas de pares da direita e da esquerda Caranguejo: Não se sabe ao certo a origem dessa dança de roda, sabe-se apenas que há referências desde o séc. XIX, caracterizada pelo balancê das prendas e pela troca constante de pares. Chimarrita: Trazida pelos açores, com o nome de "Chamarrita", passou da coreografia de pares enlaçados (dançava-se uma mistura de chote e valsa) a atual coreografia, caracterizada por fileiras opostas de peões e prendas que encontram-se e desencontram-se num ritual de namoro, passando a chamar-se de "Chimarrita". Chimarrita-balão: Semelhança com a tradicional "Chimarrita" só no nome. È assim chamada pôr ser uma dança de roda, em forma de balão, durante a dança os pares e a roda giram juntos Chotes Carreirinha: Do francês "schothisch", veio para o Brasil devido a necessidade de danças de pares enlaçados. O carreirinha foi muito dançado aqui no Sul, é uma das mais simples coreografias dos chotes. Como a rancheira caracteriza-se pelos passos de juntar da chamada "Carreirinha". Chotes de Quatro Passo: Outra variante dos chotes, de origem italiana, conserva-se ainda hoje a letra da melodia. Chotes de Duas Damas: Essa é uma dança excepcional, não só no meio gauchesco mas também no meio universal, pois um único homem dança com duas mulheres ao mesmo tempo. Chote Inglês: Suas características dão a impressão de ser tema do ciclo dos Palácios Europeus. Como o Anu e a Quero-mana, dividi-se um duas partes, a primeira, cerimoniosa, a segunda, um chote bem descontraído. Chote das Setes Voltas: A peculiaridade dessa dança, o próprio nome já diz, as setes voltas que o par deve realizar na valseadinha da dança, girando num sentido, e de imediato, em sentido contrário. Chico Sapateado ou Chiquinho: Apresenta coreografia em que ora o par se enlaça, normalmente pela cintura como nos dias atuais e executa passos de polca, ora tomam-se pelas pontas dos dedos da mão direita e realizam giros e sapateios. Maçanico: Uma das danças mais alegres do Rio Grande do Sul. É uma coreografia de fácil aprendizagem. Pôr suas características, diz-se que foi trazida pelos portugueses, principalmente à Santa Catarina e depois ao Rio Grande Do Sul. O nome advém de uma ave sul brasileira de nome "Maçanico". Meia-canha: Dança em que se postam, homens e mulheres em círculo a rodar. Sua principal características são as trocas de versos Pau-de-fitas: Considerada a "dança universal", a origem dessa marca tão difundida, se desconhece. No Brasil, dançava-se a "Dança das Fitas" nas Festas de Reis, cada Estado adotou um nome próprio e figuras diferentes. No RS, dança-se atualmente três figuras: a trama, a trança e a rede de pescador. Pezinho: A dança mais popular do folclore rio-grandense. É uma dança simples de caráter totalmente contagiante. Caracteriza-se pela obrigatoriedade dos pares cantarem a melodia a não apenas executarem os passos. Quero-mana: Tornou-se popular também em SC e PR, quando estavas prestes a desaparecer, adquiriu uma força vital que a fez perdurar. Assemelha-se com o Anu, a primeira parte, um minueto e a segunda, um bate-pé executado por peões e prendas. Rilo: Vinda da Escócia, tornou-se popular no RS em meados do séc. XIX, dançada em roda, é uma coreografia de três figuras básicas, onde há troca de pares constante. È uma dança onde deve-se expressar alegria e vivacidade Roseira: Dançada em roda, com pares dependentes, assemelha-se com a "Chimarrita-balão", dançada num ritmo mais lento, compreende duas figuras básicas: a roseira e o chote. Rancheira de Carreirinha: A rancheira foi muito popular no Uruguai e Argentina. Caracteriza-se pela "carreirinha" que são passos de juntar, nessa, a letra da música, é um convite a bailar a rancheira - Vem cá, vem cá, minha linda gauchinha. Pra nós, dançar, rancheira de carreirinha. Sarrabalho: De origem Ibérica, é dançada com pares soltos, caracteriza-se pela dama acompanhar o cavalheiro no bate-pé (sapateio), ambos usam os movimentos da castanholas. Tatu "com volta no meio": O tatu caracteriza-se pôr ser uma história contada em versos - Eu vim pra contar a história de um tatu que já morreu, passando muito trabalho pôr esse mundo de Deus ... - é dançada pôr pares independentes, chama-se "com volta no meio", pelos giros que a prenda faz durante a voltinha no meio. Tatu de Castanholas ou Tatu Novo: Diferencia-se do outro tatu por ser uma dança de pares soltos e independentes. Originou-se no 35 CTG, sua principal características é o sapateio executado pelos peões, um sapateio fixo e dinâmico. Tirana do lenço: De origem espanhola, é dançada ora com pares soltos ora com pares ligados pelo lenço. Existem vários tipos de tirana. As mais conhecidas são a "Tirana do Ombro"(peões e prendas tocam-se nos ombros) e a "Tirana do Lenço"(peões e prendas acenam lenços em gestos amorosos), hoje a atual tira na dançada no Estado. |
terça-feira, 5 de julho de 2011
danças polonesas
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oi
ResponderExcluirConteudo explicativo muito bom das origens das danças. Vou aproveitar bastante. Aprendi a origem e significado. Obrigada ao autor deste conteúdo.
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